Posted in Alpha Fm. , Ana Cañas , Arnaldo Antes , Beatles , Caetano Veloso , Gilberto Gil , Liminha , Nando Reis , Ramones , Raul Seixas , Shopping Metrô Tatuapé
Acordar cedo não é uma coisa muito fácil pra mim. Ainda mais num domingo gelado e chuvoso como o passado (26 de julho). Porém, como errar é humano, mas persistir no erro é burrice [senão entendeu nada, dê uma lida no post anterior] resolvi tomar coragem, levantei da cama e fui até o Shopping Metrô Tatuapé assistir ao show da Ana Cañas.
Já tinha ouvido duas ou três músicas dela na rádio Alpha Fm, organizadora do evento, sabia que Caetano Veloso se impressionara com sua voz, que tinha clipe na Mtv , mas pouca coisa além disso. Pensei: deve ser mais uma candidata ao cargo de nova diva da MPB. Logo que Ana subiu ao palco percebi que havia algo diferente ali. A garota magrinha usava uma camiseta dos Ramones por baixo de um casaco a la Beatles, no melhor estilo Sgt. Pepper’s. Nos cabelos cacheados, nenhuma flor de tecido (acessório comumente encontrado nas atuais cantoras de MPB). Nos lábios, muito batom vermelho (sua marca registrada) e nos pés um surrado par de All Star.
Começa o show. Os hits são poucos (só conhecia “Ana” e “Devolve Moço”, as que tocam na rádio), o que não é ruim. Ana conquista aos poucos, música por música, a cada gesto. Sua presença de palco é incrível, impressiona pelo vigor. O papo que leva com o público entre cada canção é divertido, natural, espontâneo. Entre risos e palavrões a jovem cantora demonstra ter atitude. Esperta que é, cercou-se de grandes artistas, como os ex-Titãs Arnaldo Antunes (que assina a letra de “Na Multidão”), e Nando Reis (que a convidou para gravar “Pra Você Guardei o Amor”, em seu mais recente cd, Drês). O ex-ministro Gilberto Gil gravou os violões de “Chuck Berry Fields Forever”, música composta por ele em 1976, e que na versão enfurecida de Ana Cañas ficou ainda mais pesada. Quem ajudou a garantir peso extra ao show foi o produtor musical e ex-Mutantes Liminha – que assumiu uma das guitarras.
Ah, o maluco beleza também foi lembrado. Antes mesmo que alguém gritasse “Toca Raul!”, Ana Cañas surgiu com sua versão pra “Metamorfose Ambulante”.
Achou pouco? Tudo bem que ninguém incendiou guitarras e não teve bate-cabeça, mas pra um showzinho no shopping, dedicado à família e protagonizado por mais uma ‘musa’ da nova MPB está de bom tamanho, não tá?
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