Tem que ouvir!

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Este post é para corrigir um erro. Um erro que cometi comigo mesmo. Explico: o Brasil é mundialmente conhecido por suas grandes cantoras. Dolores Duran, Elis Regina, Gal Costa... Poderia citar milhares de poderosas vozes femininas e, certamente, esqueceria de alguém. Pode parecer estranho, mas, às vezes, essa fartura musical atrapalha a vida de quem, como eu, é fanático por música. Todo dia um amigo aparece com um cd que eu pre-ci-so ouvir, ou um link do myspace de uma cantora fantástica ou a mídia proclama uma nova diva da MPB. Como a oferta é grande, temos que fazer escolhas e é aí que está o problema.


Faz tempo que ouço falar da Verônica Ferriani. A cantora acompanhou sambistas do quilate de Beth Carvalho, fez longas temporadas no badalado Ó do Borogodó e apareceu no Programa Som Brasil, da TV Globo em 2007. Até tentei vê-la na última Virada Cultural, no início de maio. Na ocasião Verônica se apresentou com o grupo Gafieira São Paulo, coletivo de samba-rock do qual faz parte. Porém, a Virada é um evento “péssimo” para fanáticos por música! Temos que escolher e aí... Aí a Verônica ficou pra próxima.

Terça-feira, 16 de junho. Fiquei sabendo que teria show da Verônica no SESC, às 21h. Pensei: é agora! Tive prova na faculdade (que fiz num tempo recorde) e corri pra Pompeia. Quando cheguei o show já havia começado, mas consegui entrar. A maioria das pessoas estava sentada. Estranhei, afinal de contas o show era de samba, na choperia, como o pessoal conseguia ficar parado? É verdade que uns casais arriscaram uns passos em “If You Want Be a Lover”, mas como não sou nenhum Fred Astaire, resolvi me juntar à turma que ocupava as cadeiras. Confesso que foi difícil ficar parado durante as duas músicas que se seguiram, “Com mais de 30” e “Barato Total”. A primeira inédita pra mim, e a segunda, numa versão tão interessante quanto a da Gal com a Nação Zumbi.

Quando estava quase levantando, Verônica anunciou a próxima canção, “Eu Amo Você”, do Tim Maia. Torci um pouco o nariz (embora adore Tim Maia, essa música não está entre as minhas preferidas) e quebrei a cara. O arranjo era excelente e a interpretação então... Emocionante. Na sequência vieram o frevo “Na Volta da Ladeira” e o delicioso samba de Paulinho da Viola “Perder e Ganhar”. A essa altura Verônica Ferriani já havia me conquistado, porém ainda tinha o bis.
Pra não restar dúvidas sobre o potencial da cantora, ela entoou “Eu Preciso Aprender a Só Ser” no melhor estilo voz&violão e finalizou a noite em ritmo de festa com “O que é, o que é?” do Gonzaguinha.
Nem preciso dizer que deixei o SESC querendo saber mais sobre sua carreia, se tem conta no myspace, vídeos no YouTube, e ansioso para repassar essas informações aos amigos que pre-ci-sam ouvi-la.


Para corrigir meu erro por completo, no último sábado, 25 de julho, prestigiei Verônica Ferriani novamente. Desta vez na Galeria Olido. Mas essa história conto depois, agora corre pro myspace dela porque você tem que ouvi-la!


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“E viva a boa música, alimento d’alma!”

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“... Se eu for citar todos que me influenciam e me influenciaram, seria gente demais... é muita gente, muita música, muita alegria, beleza e também tristezas em minha trajetória musical!”. Essas palavras ditas por Elza Soares, integram o programa do projeto Influências e resumem não só a carreira, mas uma parte da vida da cantora. Neste fim de semana, a carioca esteve na unidade da Vila Mariana do SESC-SP para apresentar um show inédito, inspirado em cantores e compositores que influenciaram sua carreira. Assisti ao show na sexta-feira, 24 de julho. No repertório, clássicos de Zé Keti (“Opinião”), Ary Barroso (“Camisa Listrada”) e Noel Rosa (“Com que Roupa”). Entre uma música e outra, divertidas histórias da filha de lavadeira criada na favela de Água Santa (RJ), que trabalhou com Grande Otelo e recebeu o título de Embaixatriz do Samba. Histórias como a do radinho velho de seu pai “que ninguém podia mexer” ou do dia em que se recusou a entrar em cena só de biquíni.


Para quem esperava ouvir apenas samba e jazz, gêneros que consagraram Elza Soares, a artista surpreendeu ao incluir no set list a bossa nova “Lobo Bobo” de Carlos Lyra e o funk carioca “Som de Preto.” Mas o ponto alto da apresentação foi a execução de “Vida de Bailarina” – sucesso de Ângela Maria. Além da potente e incomparável voz rouca, Elza Soares mostrou estar em ótima forma física, arrancando elogios da entusiasmada plateia. E mais, fez to mundo concordar com o que disse no programa do espetáculo: “E viva a boa música, alimento d’alma!”.
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Leo Cavalcanti canta Caetano & Gil

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Assim como Chico Buarque e Edu Lobo, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Caetano Veloso e Gilberto Gil formam uma das duplas que mais contribuíram para a formação do cancioneiro popular brasileiro. A parceria foi, e ainda é, tão importante que, na quarta-feira, 22 de julho, o Projeto Conexões da Galeria Olido recebeu o cantor, compositor, multi-instrumentista e arranjador Leo Cavalcanti para interpretar canções clássicas de ambos de maneira criativa e peculiar. Leo é filho do compositor Péricles Cavalcanti e começou sua carreira aos 14 anos como percussionista de uma banda de música infantil do selo Palavra Cantada.
A apresentação teve um clima descontraído e intimista. A Vitrine de Dança, espaço escolhido para a o evento, contribuiu para essa atmosfera. O lugar é pequeno (acomoda no máximo 100 pessoas), não possui palco nem iluminação própria para shows, o que não chega a ser um problema. Pelo contrário! A produção, inventiva e original, utilizou materiais garimpados ali mesmo na região da Galeria – como papelão, caixotes de madeira e cocos verdes – para decorar o palco improvisado e a iluminação ficou (literalmente) nas mãos de um rapaz com uma engenhoca formada por três lâmpadas coloridas que eram movimentadas de acordo com a intensidade de cada canção.


E as canções... Não deve ter sido fácil selecionar apenas 12 músicas de um repertório tão extenso como o de Caetano & Gil. Neste quesito Leo saiu-se bem. O cantor atingiu o equilíbrio ao escolher composições de Caetano (“Alguém Cantando”), de Gil (“Era Nova”) e de ambos (“Divino Maravilhoso”). Errou algumas vezes, esqueceu a letra de “Se Quiser Falar com Deus”, mas não decepcionou. Talvez tenha apenas sentido o peso dos artistas que homenageou. Acertou na interpretação de “Fora de Ordem”, dramática no início e divertida no fim – com direito até a versos em japonês! [ou seria chinês? Ah, nem mesmo o bem-humorado Leo sabia... rsrsrs].
Aplaudido de pé pela plateia, Leo Cavalcanti se viu numa enrascada no momento do bis, já que não havia preparado nenhuma canção para o momento. A saída encontrada? Repetir “Fora de Ordem” e cantar uma música do papai – afinal de contas, era uma noite de homenagens.
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A força bruta de Rubinho Jacobina

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De acordo com os bons manuais jornalísticos, utilizar provérbios e frases de senso comum empobrece o texto. Eu concordo, afinal de contas a voz do povo é a voz de Deus, mas há momentos em que o uso desses recursos é imprescindível! É o caso da apresentação de Rubinho Jacobina, que esteve na choperia do SESC Pompeia dia 21, terça passada.
Filho do cineasta baiano Fernando Coni Campos, Rubinho prova que filho de peixe, peixinho é. Mesmo não enveredando pela sétima arte, seu DNA artístico manifestou-se cedo, só que na área musical. Assim como seu irmão, Nelson Jacobina, parceiro constante de Jorge Mautner, Rubinho destaca-se como um excelente compositor.
Integrante da Orquestra Imperial, onde canta e toca teclados, Rubinho lançou em 2005 Rubinho e a Força Bruta, seu único álbum solo até agora. No repertório estão as ótimas “Meu Gato Morreu”, “Toc Toc” e “Artista é o Caralho” que, obviamente, não ficaram de fora do show.



Talvez o Rubinho Jacobina valha-se de alguns ditados no seu dia-a-dia. Pois o provérbio Diga-me com quem andas que te direi quem és cai como uma luva sobre a formação de sua banda.
A Força Bruta não tem esse nome em vão. O power trio reúne a nata da nova música carioca: Pedro Sá (que, entre outros projetos, integra a Banda Cê de Caetano Veloso) assume o baixo; Gabriel Bubu (da banda Do Amor) toca guitarra; e a bateria fica a cargo de Domenico (do núcleo Domenico+2).
Pode parecer óbvio como chover no molhado, mas o show foi um sucesso! A apresentação de letras inteligentes, executadas com competência pela Força Bruta, somada a timidez carismática de Rubinho Jacobina só poderia dar certo. Assim como 2 e 2 são 4!

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Na hora do rush troque o som da buzina pela Ná Ozzetti!

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Segunda-feira, noite gelada em São Paulo... Após um dia de trabalho o que todo mundo quer é chegar logo em casa para descansar. Todo mundo mesmo! As ruas ficam congestionadas, a tentativa de pegar um ônibus transforma-se numa disputa e o metrô, lotado, parece andar a dois por hora.
Perante esse cenário, nada animador, que tal retardar a volta pra casa ouvindo boa música no centro da cidade, a poucos metros da Praça da Sé? Foi o que fizeram as 190 pessoas que compareceram à unidade do SESC na Rua do Carmo para o Segunda no Carmo, realizado no último dia 20. Com o objetivo de divulgar a MPB, este mês o evento recebeu a cantora Ná Ozzetti. Nascida em uma família de músicos, a paulistana iniciou sua carreira no fim dos anos 70, mas somente em 1988 lançou o primeiro disco solo. Por esse trabalho recebeu o prêmio Sharp de cantora revelação. Nos anos 90 lançou três cds e, em 2001, foi escolhida a melhor intérprete do Festival da Música Brasileira promovido pela Rede Globo.



Porém, se você, com seus vinte e poucos anos, está sendo apresentado à Ná Ozzetti agora, não perca a oportunidade de ouvi-la! Com uma voz afinadíssima e um timbre inconfundível, a cantora não perde o fôlego, nem o tom, em “Tico-tico no Fubá” e deixa a plateia boquiaberta em “Diz Que Tem” ao ir do grave ao agudo em segundos. A banda que a acompanha não fica para trás, e destaca-se em “O Samba e o Tango”, ao transitar entre os dois gêneros com sutileza e preciosismo.
Após noventa minutos de show, que passam voando, a volta pra casa parece mais tranquila. Não posso afirmar que o trânsito tinha melhorado ou que o metrô estava menos cheio, até porque, estes probleminhas passam desapercebidos quando a voz de Ná Ozzetti ainda ecoa em seus ouvidos.

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